segunda-feira, 10 de junho de 2013

PORQUE A LEITURA NOS FAZ MELHORES, MAIS ALEGRES E MAIS LIVRES?

Quem vive, vive a própria vida. Quem lê, vive também as vidas dos outros.

Como a uma vida existe em relação com as outras vidas, quem não lê não entra nessa relação, e portanto não vive nem mesmo a própria vida, perde-a.

A escrita documenta o trabalho do mundo. Quem lê livros e artigos, herda esse trabalho, é transformado, no final de cada livro ou de cada artigo tornando-se diferente de como era no início. 

Se alguém não lê livros nem artigos, ignora esse trabalho, é como se o mundo trabalhasse para todos, mas não para ele, a humanidade corre, mas ele está parado. 

A leitura permite conhecermos a civilização dos outros. Mas como a própria civilização se conhece somente em relação com outras civilizações, quem não lê não conhece nem mesmo a civilização aonde nasceu: ele é estranho ao seu tempo e a sua gente. Um povo não pode permite-se ter indivíduos que não leem.

Quando lemos nos recolhemos na solidão, procuramos um lugar separado onde não ser perturbado. Isso acontece porque temos a consciência que entramos na parte mais íntima de nós mesmos, na nossa mais secreta interioridade, onde não há acesso nem mesmo para as pessoas mais queridas. Por isso o lugar da leitura é um lugar solitário, o tempo parece suspenso, o espaço é aquele da aventura da alma.

O silêncio e a solidão adquirem, nesse caso, um valor positivo: “Nós somos habituados a dar um significado de melancolia negativa às palavras como “silêncio” e “solidão”. No caso da leitura não é assim, ao invés, aquele silêncio e aquela solidão, marcam a condição orgulhosa do ser humano somente com os seus pensamentos, capaz de esquecer por algumas horas “todos os problemas”.

C. Augias, Ler. Porque os livros nos fazem melhores, mais alegres e mais livres.


Pedro Arfo

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