SÃO DÂMASO
Ocupou a
Sé de Roma de 366 a 384. Foi natural, ou pelo menos originário, da antiga
Hispânia. O Livro Pontifical, não
muito posterior, dá-o como hispanus. Seu
pai e uma irmã ao menos, Santa Irene, viveram também em Roma. Lá, S. Dâmaso
erigiu uma Basílica a S. Lourenço, que recebeu o cognome de in Damaso.
Viveu num
período de grande agitação para a Igreja. No tempo de seu Pontificado, era Bispo
de Milão o grande Santo Ambrósio e São Jerônimo punha sua formidável
inteligência ao serviço da Igreja. São Dâmaso teve que enfrentar um cisma
causado por um antipapa, isto no início do seu Pontificado. Infelizmente este
não consistiu no único problema para Dâmaso, já que teve de combater o
Arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai. Sendo ele
Papa, chegou quase a extinguir-se a heresia ariana. O Imperador Teodósio, se
não encontrou nele um indomável mestre de moral como Santo Ambrósio, encontrou
um Papa que afirmou sempre, com serena firmeza, a “autoridade da Sé
Apostólica”. Dâmaso fez de tudo pela unidade da Igreja, e para deixar claro o
Primado do Papa, pois foi o próprio Cristo quem quis: “E eu te declaro: tu és Pedro,
e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
O Papa Dâmaso esteve no II Concílio Ecumênico onde aconteceu a definição dogmática sobre a Divindade do Espírito Santo. Foi ele quem encarregou São Jerônimo na tradução da Bíblia da língua original para o latim, língua oficial da Igreja. Conhecido como o “Papa das Catacumbas”, São Dâmaso foi responsável pela zelosa restauração das catacumbas dos mártires. Em Roma, conseguiu separar Estado e Paganismo. A sua obra foi paciente e oculta, mas não medíocre nem definhante. Soube ligar à Sé apostólica todas as Igrejas e obteve do poder civil o maior respeito.
São
Dâmaso, o Papa mais notável do século IV, veio a falecer em 384. Na chamada
Cripta dos Papas, por ele explorada nas Catacumbas de S. Calisto, no fim de uma
longa inscrição, escreveu:“Aqui eu, Dâmaso, desejaria
mandar sepultar os meus restos, mas tenho medo de perturbar as piedosas cinzas
dos santos”. Humildade
e discrição de um Papa verdadeiramente santo, que de fato preparou para si a
sepultura longe, num local solitário, à margem da Via Ardeatina.
São Dâmaso, rogai por nós!
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