Significa
um pensamento que acolhe, que é transparente, se faz um com o outro, ressuscita
do outro e com o outro.
Um pensamento que acolhe, não é possessivo, onívoro, inebriado pela “vontade de
poder”, mas que, ao contrário, se faz espaço gratuito e acolhedor no qual se
pode versar o dom daquilo que é e daquilo que acontece da parte de Deus.
Um pensamento, portanto, receptivo, relacional, amável, agradável, alegre. Não certamente um pensamento que aceita tudo, concordista, mas que na vigilância é capaz de colher o dar-se da luz e do amor de Deus mesmo no desvendar trágico da história.
Um pensamento transparente é um pensamento que não quer possuir-se, ou melhor, que não se faz instrumento através do qual o eu se reforça e se fecha na fortaleza da própria identidade.
E que, por isso, muitas vezes, é afetado pelo preconceito, pela suspeita, pelo desencanto, pela desconfiança, pela segunda intenção; mas que, ao contrário, sendo todo aberto para Deus, é aberto a 360o à história, é puro, direito, desarmado, também com a sua atenta capacidade de discernimento e de prudência: “sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).
Um pensamento, portanto, que sabe “fazer-se um com o outro”.
Pedro Arfo
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