Esperar o
outro que também nos visita com a sua proximidade, a sua ausência, os seus
desconsolos, as suas trivialidades; esperar pelo coração do outro que se
manifesta e se retrai no ritmo dos dias.
Acolher no coração a espera do outro que se manifesta em desilusão, desconsolo,
angústia e perda de sentido da vida e dignidade. Esse acolhimento pode tornar a
espera menos difícil de suportar.
Em tempos socialmente instáveis há esperas que deixam o coração do semelhante ainda mais angustiado.
A espera do trabalho que não aparece.
Do salário que não é suficiente.
Da refeição que não chega para todas as bocas.
Da ajuda que nem sempre vem.
O tempo obriga-nos a esperar com os desesperados, aqueles a quem a vida deixou de sorrir. Tantos irmãos sem nome que aguardam uma companhia e um conforto para a noite fria que lhe invade o coração.
Esperar em tempo de Esperança. Possibilidade de alargar os horizontes do coração e da vida toda. A espera por um Deus silencioso e terno-menino faz com que cuidemos do tempo das esperas. Afinal a vida toda é só espera. Ativa, vigilante, comprometida, singular.
Como singular e feliz o encontro entre Deus e o coração humano que encheu de sentido tantas esperas e deixou no coração de cada pessoa o desejo de encontrar Aquele que a todos espera para a festa da alegria.
Pedro Arfo
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