No final,
porém, devemos pôr-nos muito seriamente a seguinte questão: aquilo que os
evangelistas Mateus e Lucas, de forma diferente e com base em tradições
diversas, nos dizem sobre a concepção de
Jesus por obra do Espírito no seio de Virgem Maria é um acontecimento
histórico real ou é uma piedosa lenda que, a seu modo, quer exprimir e
interpretar o mistério de Jesus?
Às narrativas bíblicas sobre o nascimento de Jesus da Virgem Maria, que
concebera o menino por obra do Espírito Santo.
Trata-se de uma realidade veradadeira? Ou porventura foram aplicadas às figuras de Jesus e sua Mãe as ideias de tais arquétipos do tipo mitologia grega e Egipcia?
Quem lê as narrativas bíblicas e as compara com as tradições semelhantes de que antes se falou brevemente, vê imediatamente a diferença profunda.
Tanto a comparação com as ideias egípcias acenadas como o sonho da esperança que encontramos com Virgilio conduzem-nos para mundos de caráter muito diferente.
Em Mateus e Lucas não tem nenhum indício de uma guinada cósmica, nada de contatos físicos entre Deus e os homens: é-nos narrada uma história muito humilde e, todavia, por isso mesmo, de uma grandeza enorme. É a obediencia de Maria que abre a porta para Deus.
A Palavra de Deus, o seu Espírito, cria nela o menino; cria-o através da porta da sua obediencia.
Assim, Jesus é o novo Adão, um novo começo, ou seja, da Virgem que está à plenamente à disposição da vontade de Deus. Acontece assim uma nova criação, que todavia está ligada ao “sim” livre da pessoa humana de Maria.
Talvez se possa dizer de um novo inicio realizaram-se nesses acontecimento: numa realidade como só Deus podia criar.
Bento XVI - A infância de Jesus
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