sábado, 8 de dezembro de 2012

OS LIMITES DA POTÊNCIA


Se a liberdade humana pode colocar um limite à potência de Deus, então Deus não é uni - potente. Daria para explicar melhor?

Deus é sempre onipotente, e todo poderoso, mas em amor, misericórdia infinita, paternida de se limites. Depois Deus pode transformar pedras em filhos de Abraão e fez isso muitas vezes ao longo da historia da salvação, elegendo pessoas tidas como incapazes, inúteis. E assim pode mostra de forma abundante e cabal a sua graça infinita através da vida dessas pessoas.

Já a impotência do homem está no fato que somos nada, realmente, nada de nada. Sem a vida da graça em nós dizia Igino Giordani: “somos um perigo público e nos tornamos indivíduos perigosos...”

Ainda sobre a liberdade humana, Deus entraria em contradição consigo mesmo e não seria Amor se não respeitasse até mesmo o direito da pessoa humana de querer ir para o inferno.

Certamente a misericórdia divina vai sempre encontrar um caminho para resgatar a sua criação, amada e criada unicamente por Amor e livre. De fato esse foi o risco que Deus quis correr criando o homem livre, como numa aposta. Acreditando que o homem na sua liberdade vai se sair bem.

Nos anos 80 quando estudava teologia na Puc de Porto Alegre no RS, palavras como “poder”, “onipotência”, "Deus todo poderoso", incomodava muito. Existia um clima de contestação, mesmo porque estávamos ainda num processo de final de ditadura no Brasil.

Portanto uma proposta bastante polêmica de mudança de palavras que pudessem apresentar um Deus numa linguagem menos agressiva, mais próxima de uma realidade democrática e participativa.

Essas mudanças deveriam acontecer particularmente na liturgia da missa católica, aonde essas palavras apareciam muitas vezes ao longo de celebração e sempre gerava entre os cristãos empenhados com a mudança política, certo burburinho.

Penso que a frase do Evangelho, “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37), se colocada em pratica nas nossas vidas é muito sugestiva e responde plenamente as tuas legitimas e autênticas dúvidas.


Pedro Arfo


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